Trabalhar online

A partir do momento em que permite que os alunos acedam à Internet existe a probabilidade de estes virem a ter problemas. Isto é também verdade quando permitimos que os alunos brinquem no recreio. Talvez os riscos sejam maiores no recreio. Não queremos parecer arrogantes, mas parece-nos importante perspetivar o conceito de risco.

Existem algumas regras básicas:

  1. Decida se os seus alunos podem ou não ir à Internet. Esta decisão poderá fazer parte da política da escola ou das suas próprias convicções. Conheça os seus limites.
  2. Se puder optar, utilize software instalado localmente em detrimento de software online, mesmo que esta opção signifique ter que instalar o software em todas as máquinas. Para tal, talvez tenha que pedir ajuda, pois muito provavelmente a equipa de informática não lhe permitirá que proceda à instalação de software.
  3. Para utilizar software online no quadro interativo necessita apenas de uma conta com o seu nome. Verifique os sítios que vai utilizar quando está a preparar uma aula para que o link não o leve para um sítio que não queira. Deverá ter em atenção que a maioria dos sítios web grátis vai buscar as receitas aos anúncios que apresentam. Os anúncios estão sempre a mudar. Embora a maior parte dos sítios web vocacionados para crianças sejam cuidadosos relativamente aos anúncios que apresentam, existem alguns, contudo que não se preocupam tanto com estes aspetos. Sugerimos que verifique o sítio antes da aula para que não seja apanhado de surpresa!
  4. Terá com certeza um sistema de firewall bastante forte. Se tal não acontecer necessitará de um software de controlo parental que boqueará conteúdos inapropriados antes de estes serem visualizados. Poderá, ainda, verificar as configurações do motor de busca ou do browser que utiliza e ajustar os filtros por forma a, pelo menos, editar imagens inadequadas.
  5. Certifique-se de que tem instalado um anti-vírus e um anti-spyware, mesmo que o anti-vírus possa tornar o seu computador mais lento
  6. Contas, nomes de utilizador, endereços de correio eletrónico e palavras passe merecem alguma atenção!

Se os alunos necessitarem de trabalhar online, mas não necessitarem de comunicar online, o melhor será criar uma conta e escolher um nome de utilizador e uma palavra passe para toda a turma. Isto é, todos os alunos usam a mesma conta. Para aceder a determinada aplicação pode ligar-se em todos os computadores utilizando as mesmas credenciais, ou pode partilhar o nome de utilizador e a palavra passe com os seus alunos e permitir que sejam eles próprios a ceder à aplicação.

(Provavelmente os alunos irão dizer aos alunos das outras salas qual é a palavra passe. Mas como  a palavra passe apenas vai permitir o acesso à aplicação que selecionou, não será grave. No entanto, se quiser evitar esta questão, poderá utilizar uma palavra passe mais específica, como por exemplo turma5apenas, que será, com certeza, menos utilizada pelos outros alunos do que uma palavra passe simples, como chocolate.)

O lado negativo de ter apenas uma conta é o facto de muitos sítios grátis serem restritivos relativamente aos dados que podem ser armazenados numa única conta, ou, ainda, ao número de vezes que pode ser usado sem que se tenha de fazer o upgrade e consequentemente de proceder a um pagamento. Se tiver uma turma inteira a utilizar a mesma conta, esse limite será atingido rapidamente. Por outro lado, isso não resulta se quiser que os alunos utilizem o e-mail, o Skype ou o Tweeter para comunicar entre eles.

A terceira solução poderá ser deixar que cada aluno crie uma conta individual que irá utilizar com software online. Temos tido muitas discussões sobre se se deverá deixar os alunos escolher os seus nomes de utilizador e as suas palavras passe e se estes deverão ser privados. Embora compreendamos as preocupações éticas que se encontram subjacentes e que, na nossa opinião, deverão ser discutidas com os alunos mais velhos, a razão principal para conhecer os nomes de utilizador e as palavras passe dos alunos do primeiro ciclo não se prende apenas com questões de segurança, mas também com o facto de que eles as esquecem com facilidade. Outra coisa que poderá fazer é dar como nome de utilizador o nome próprio de cada um seguido da turma (por ex. mariaturmab) e pedir que todos usem a mesma palavra passe (que poderá escrever no quadro). A maioria das crianças mais novas aceitará esta decisão sem problemas.

Algumas aplicações apenas deixam fazer contas quando ligadas a um endereço de correio eletrónico único. Também aqui uma forma fácil de resolver a questão e de fazer uma conta de correio eletrónico poderá ser usar uma combinação do nome da turma, abreviatura da escola, nome do aluno. Pode usar algo como turma06EBdiana [at] gmail [dot] com.  Este endereço de correio eletrónico poderia ser lido da seguinte forma: turma 06, Escola Básica, Diana. Depois poderá dar palavras passe a partir de uma lista e ficar com uma cópia. O aspeto negativo desta opção é que se pretende que sejam os alunos a publicar o seu trabalho eles acabam por nunca ver o seu nome em letras grandes. A alternativa será utilizar software que permita escolher configurações de privacidade.

Por último, se implementar algumas das atividades referidas neste livro, por exemplo o Role play no Twitter, então vai mesmo ter de deixar os alunos decidir quais os nomes de utilizador que vão usar. No entanto, pode distribuir-lhes uma palavra passe a partir de uma lista ou dar a mesma palavra passe a todos. Neste caso, sugerimos que feche a conta quando terminar a atividade.

Se tudo isto lhe parecer draconiano, lembre-se que enquanto eles estiverem na sua aula, estão a seu cargo e que pode fazer julgamentos profissionais sobre a melhor forma de os proteger, sobretudo ao nível do pré-escolar e do primeiro ciclo. E lembre-se de que os pais vão estar muito atentos.

7      Discuta as regras do jogo com os seus alunos e afixe-as na parede. Por exemplo, nunca alterar a palavra passe a não ser sob indicação de um professor. Poderá também querer incluir regras como: ‘nunca dizer nada ofensivo a outras pessoas online’, ‘ser educado’, ‘não publicar fotografias a não ser que tenha autorização das pessoas que estão na fotografia’ ‘nunca comunicar com pessoas fora da sala de aula a não ser sob indicações do professor’, ‘nunca utilizar um nome enquanto o professor não autorizar’.

8      Faça verificações periódicas. Não se trata de bisbilhotice mas de proteção. Verifique o histórico no browser e certifique-se de que este se encontra configurado para guardar todo o histórico. Pode fazer isto nas ‘preferências’ do seu browser, nos tabuladores ‘segurança’ e ‘privacidade’. Verifique o histórico após o cumprimento de cada tarefa. Poderá, por um lado, assegurar-se que os alunos não visitaram sítios ‘indesejáveis’ e, por outro lado, verificar como eles abordaram a tarefa, através da visualização dos sítios web visitados. Deve dizer sempre aos alunos que vai atuar desta forma, pois é importante que os alunos saibam que os mantemos em segurança e que não os estamos a controlar.

9      Seja realista! Tipicamente, uma criança típica acede, de forma intencional, ao seu primeiro sítio web pornográfico com oito anos de idade. E com 9 anos, uma em cada 3 crianças usará uma rede social. As crianças podem ser vítimas de bullying em qualquer idade, no entanto não nos devemos esquecer que o bullying não foi inventado na Internet!

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