Viajantes autênticos

Visão global

Esta ativiade está delineada para envolver alunos entre 6-8 anos de duas turmas de escolas distantes (do mesmo ou país ou de diferentes regiões e países).

Basicamente, consiste no envio para a escola parceira (por correio postal) de um boneco viajante, representante de cada uma das turmas, simulando a viagem de um aluno de uma turma a outra localidade. A viagem pode ser de curta (1 mês), média (1 período lectivo) ou longa duração (1 ano lectivo).

Durante a viagem, o viajante procura conhecer a região a visitar, relatando as suas experiências na primeira pessoa no diário de viagem e partilhando-as a par e passo com os seus colegas de turma através do envio de mensagens de correio eletrónico ou da publicação de notícias, fotos e vídeos num blogue..

Esta atividade tem como principais objetivos fomentar uma prática intensiva e contextualizada da leitura e escrita, bem como proporcionar o contato dos alunos com outras realidades educativas, sociais e culturais e com o seu próprio património natural e cultural, a pretexto de o dar a conhecer ao viajante.

Descrição

O desenvolvimento desta actividade pressupõe que, previamente, seja encontrada uma escola parceira interessada em participar e que entre os professores e alunos das duas escolas seja planificado o trabalho (objectivos, tarefas, calendarização, etc.). Como a atividade implica o envolvimento da comunidade educativa é desejável que seja solicitada a colaboração de outros professores, da família e membros de organizações locais.

As principais fases de desenvolvimento do trabalho são as seguintes:

a)      Escolha do viajante (mascotes / bonecos trazidos de casa pelas crianças).

b)      Organização da mala de viagem (documentação sobre a terra de origem, diário de viagem, bilhete de identidade, roupa, etc.).

c)      Exploração do Google Maps para simulação da viagem, localização da sua cidade e da dos parceiros, etc.

d)      Expedição do viajante através de correio postal.

e)      Envolvimento do viajante em todas as atividades curriculares e extra-curriculares da turma (definição de um roteiro da localidade ou região com os pontos mais importantes a percorrer pelo viajante durante as visitas de estudo).

f)       Organização de uma escala para as dormidas do viajante, que deve acompanhar os alunos a casa depois das aulas e regressar com eles no dia seguinte.

g)      Composição do diário de viagem.

h)      Recolha de informação sobre o património histórico, natural e cultural da localidade ou região (consultas na Internet, na Biblioteca, no Turismo, em jornais locais, entrevistas à família e à população, participação em eventos específicos, …)

i)        Envio regular de notícias para a escola parceira sobre as vivências do viajante, especialmente mensagens de correio eletrónico com ou sem anexos (textos, fotos, vídeos,…).

j)        Acompanhamento da viagem (receber, ler e analisar a informação recebida, colocar perguntas,…)

k)      Organização de um quadro, dossiê ou blogue contendo a informação partilhada.

l)        Preparação da viagem de regresso (festa de despedida; mala com recordações da região visitada).

m)   Exploração do diário de viagem construído pelo viajante com a ajuda dos colegas.

O que eu necessito? / What do I need?

Acesso à Internet na sala de aula, algum dinheiro para os intercâmbios através de correio postal, uma conta de correio electrónico e subscrição de um blogue.

Ex: http://projectoviajantes.blogspot.com/

Em caso de falha tecnológica o projeto pode ser desenvolvido através de SMS utilizando apenas o telemóvel.

Sugestões e dicas

Uma simulação de viagem seria uma actividade muito abstracta para crianças desta idade e por isso se optou pelo envio de um boneco viajante por correio postal. Os bonecos viajantes representam verdadeiras pessoas com os quais as crianças se podem relacionar direta e fisicamente. Deste modo, procurou-se conciliar a frieza das tecnologias com a dimensão humana, com a necessidade de encontrar compensações ao nível dos valores humanos e da afectividade, da amizade, da solidariedade.

Valorizando a escrita extensiva e contextualizada estamos a desenvolver competências de leitura e escrita. Os alunos escrevem mais, com muito entusiasmo e com muita criatividade. Neste tipo de actividades os alunos deixam de escrever apenas para o professor ou para empilhar textos num dossiê e passam a utilizar a escrita para relatar acontecimentos, para interagir, para comunicar com colegas e amigos de outra escola, dando outro valor, outra utilidade e outro sentido e significado às suas produções.

Segurança

Dependendo da política de segurança na Internet de cada escola ou do consentimento dos encarregados de educação poderá ser necessário evitar a publicação de fotos dos alunos ou ocultar a face dos alunos em fotos de grande plano. É importante dar especial atenção à moderação de comentários no blogue.

Outras oportunidades

Pontualmente, algumas das atividades podem ser desenvolvidas em direto tirando partido da comunicação síncrona proporcionada por software com o Skpe ou por software específico disponível nos smartphone de alguns professores e alunos.

Considerando que se trata de uma atividade em que coexistem “novas” e “velhas” tecnologias, os alunos podem ser incentivados a trocar postais e outros objetos por correio postal.

Eventualmente, também podem ser previstas participações em programas de rádio ou televisão locais.

O envolvimento das famílias reveste-se da maior relevância, tanto durante a visita do viajante à casa de cada aluno, como na transmissão de tradições locais e regionais em possíveis deslocações à escola. Deverá igualmente ser encorajada a interação com a comunidade através da escrita de comentários às publicações no blogue.

Sempre que possível será promovido um encontro cara-a-cara entre participantes que poderão acompanhar uma das mascotes no regresso a casa.

Por
José Luís Carvalho / Maria da Luz Figueiredo
Lisboa, Portugal

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