De cada vez que utiliza o seu telemóvel, que acede à Internet ou que se regista num sítioweb deixa atrás de si um ‘rasto’ de informação. Este rasto é constituído por dados tais como logins, sítios web visitados, conteúdos criados ou acedidos, mensagens de correio eletrónico enviadas e recebidas, mensagens de chat e até a posição geográfica do utilizador. A junção destas informações todas constitui a sua pegada digital. Quanto mais tempo estiver online maior será a sua pegada. Os alunos mais jovens terão obviamente uma pegada digital mais pequena do que os adolescentes. No entanto, a partir do momento em que começam a utilizar aplicações online, ou até a fazer pesquisas na web, a sua pegada digital crescerá rapidamente. Ao contrário das pegadas normais estas não se podem apagar, pelo menos não podem ser apagadas pelos utilizadores finais. Poderá querer discutir as implicações disto com os alunos mais velhos. Será que querem que os seus futuros patrões/ tutores universitários/avós/filhos no futuro, etc., vejam fotografias ou vídeos nas quais estão a fazer coisas estúpidas? Uma forma de reduzir, senão de eliminar a pegada consiste em certificar-se de que está a utilizar software com diferentes opções de privacidade, que compreende e utiliza de forma eficaz. Na maior parte dos casos as configurações de privacidade permitem-lhe optar por coisas como, por exemplo, que informação irá partilhar com quem, quem poderá partilhar os dados consigo, quem vai bloquear, quem vai permitir que seja seu ‘amigo’, etc.
Antes de utilizar um software, leia primeiro a declaração de privacidade e, se não concordar, faça nova pesquisa até encontrar um sítio web que não solicite informações pessoais. Poderemos entrar em contradição. Por um lado, pensamos que os alunos mais jovens não deverão publicar conteúdos que podem ser acedidos por pessoas que não conhecemos. Na nossa opinião isto tem apenas a ver com o facto de querermos proteger os nossos alunos, evitando que sejam alvo de comentários desagradáveis. Em termos de privacidade as crianças na sua sala precisam de saber que nunca deverão dar quaisquer informações pessoais ou quais quer informações sobre outras pessoas online. Discuta com eles o que significa informações ‘pessoais’, ou seja, o nome verdadeiro, a morada, os números de telefone, os endereços de correio eletrónico. Também nunca deverão responder a perguntas como: “Qual o trabalho do teu pai?”, que poderá significar uma tentativa de phishingdownload de software, especialmente jogos grátis.
Algumas aplicações online têm malware incorporado, ou seja, programas maliciosos que entram no seu computador quando se faz o download do software e que recolhem informações pessoais. Um dos maiores problemas resultante da privacidade negligente consiste não na ameaça direta ao utilizador, mas sim no facto de o seu computador ser inundado com spam e publicidade, porque os dados pessoais obtidos são recolhidos e vendidos.
Por fim, seja muito cuidadoso com a sua própria privacidade. As autoridades escolares, assim como os pais, não veem com bons olhos, nomeadamente no Facebook, fotografias que revelam uma “noite de copos”, por exemplo. Em 2012, no Reino Unido, um professor foi retirado dos concursos após ter sido suspenso pela escola onde lecionava por ter publicado uma fotografia deste género. Houve um recurso e o caso foi levado a tribunal, com os advogados a arguir o caso, por um lado, por má conduta profissional e, por outro lado, defendendo a liberdade pessoal. Valerá a pena confrontar-se com esta situação? Ou quererá enfrentar uma turma de alunos que viram fotografias suas em poses mais descontraídas?
A propósito, parece-nos aconselhável que os responsáveis das escolas façam periodicamente pesquisas no Google e noutros motores de busca com o nome da sua escola para ver que resultados lhes surgem. É frequente encontrar um sítio web não oficial ou uma sala de chat com o nome da escola. Apesar de tudo, estes poderão ser bastante úteis. Os professores podem usar estes sítios web para se aperceberem de potenciais problemas ou conflitos, de alunos problemáticos, de pais queixosos, etc.
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