Idade: 6 + anos
Facilidade: ****
Visão geral
Esta atividade promove a participação dos alunos em projetos de escrita colaborativa, em pequeno grupo ou em rede alargada, utilizando dispositivos digitais adequados para comunicação e partilha de ideias. Neste caso, propomos-lhe a utilização do correio eletrónico ou do Twitter, mas pode recorrer a inúmeras outras ferramentas. Embora tenha sido pensada para desenvolver a escrita coletiva de histórias, é uma atividade que facilmente se pode adaptar para apoiar a aprendizagem de outros géneros de texto (ex: fábulas, lendas, poemas, notícias,…).
Descrição
Para desenvolver esta atividade, comece por criar uma rede de correspondentes. Se esta for a sua primeira experiência de escrita colaborativa, sugerimos que crie uma rede restrita à sua escola, constituindo grupos de correspondentes de uma ou mais turmas. Posteriormente, será interessante expandir a atividade que aqui propomos para uma rede mais ampla, envolvendo alunos de outras escolas, a nível nacional ou mesmo internacional!
Basicamente, esta atividade implica que os participantes se organizem em pares ou em pequenos grupos para escrever e interagir através de ferramentas de comunicação assíncrona (correio eletrónico ou Twitter). Clarificados os objetivos, estabelecidas a dinâmica e as regras da atividade, um dos grupos dá início ao processo de produção textual escrevendo um parágrafo de abertura de uma história (ex. “O menino entrou na caverna com muita cautela, receando encontrar algo de muito assustador e terrível…”). O grupo envia por e-mail (ou via Twitter) esse parágrafo para o próximo grupo, seguindo as regras inicialmente acordadas. Este grupo prossegue com a ideia inicial (ex. “A caverna era escura e húmida, pelo que a sua pequena tocha foi de pouca utilidade. Quando virou na primeira esquina, entrou num espaço cavernoso…”), e envia o texto para o próximo através da ferramenta de comunicação escolhida. A história continua a circular pelos grupos formados até um número finito de rodadas, previamente estabelecido, ou até que termine naturalmente.
Para facilitar o debate e a reflexão sobre o processo colaborativo de produção textual, permita que todos os alunos acompanhem a evolução da história, avaliem as contribuições dos autores e planifiquem os próximos passos. Para isso, sugerimos que mantenha os contactos disponíveis e abertos para todos os elementos que participam na “escrita rodada”. Assim que concluída, a história pode ser publicada no site ou no Blog da(s) escola(s). Para enriquecer ainda mais a atividade, estimule os alunos a apresentarem a sua história de forma criativa, criando personagens originais de acordo com a sua imaginação.
Recursos necessários
- Computadores com acesso à Internet.
- Acesso a uma conta de e-mail ou conta no Twitter (para trabalhar com alunos mais novos será suficiente a criação de uma conta única).
Mais-valias para a aprendizagem
Em geral, este tipo de atividade promove o entusiasmo e a participação dos alunos nos processos de produção textual, incluindo os que se revelam mais inibidos e relutantes face à escrita! Como a responsabilidade recai sobre a escrita de uma linha ou um parágrafo, num contexto de colaboração, os alunos tendem a escrever de forma mais fluente e criativa, sem ficarem pressionados com a necessidade de criar uma história integral. A expetativa que os alunos alimentam ao longo do processo, no que respeita à evolução da história, tende a provocar uma participação mais ativa, melhorando a vontade de dar mais contributos para a concretização da atividade comum. Complementarmente, a utilização de ferramentas de comunicação assíncrona, tende a diminuir a pressão associada à comunicação imediata e, nesse sentido, permite que os alunos tenham tempo para pensar e refletir sobre as contribuições prestadas. Além disso, a possibilidade de avaliar as contribuições dos parceiros também favorece o desenvolvimento das próprias competências de escrita.
Sugestões & Dicas
- Se optar por desenvolver uma “escrita rodada” com outras escolas, elabore com antecedência uma lista de regras para garantir que os grupos não ficam muito tempo à espera da sua vez (ex. cada grupo tem três dias para dar o seu contributo no desenvolvimento da história). Lembre-se que quantos mais parceiros incluir, mais tempo levará para que cada grupo dê o seu contributo. Conseguirá um bom ritmo se limitar os participantes a 3 ou 4 grupos.
- A utilização do Twitter será especialmente interessante se quiser restringir o número de caracteres na produção das contribuições textuais, sendo que neste caso os grupos podem elaborar uma frase ou um parágrafo com um máximo de 140 caracteres. Para facilitar que os participantes localizem e acompanhem os tweets relacionados com a história, sugerimos a criação de uma hashtag (ex. #caverna2013).
- Se os alunos decidirem criar personagens originais para suas histórias, as ferramentas que o serviço Clay Yourself (http://clayyourself.com/) coloca à disposição, são uma boa alternativa para esse fim, pois permitem obter resultados bem interessantes, de forma eficaz e divertida. É um serviço totalmente gratuito, que não requer instalação de programas nem a criação de uma conta. Permite produzir um avatar, gerar um pseudónimo, criar um script e gravá-lo. Experimente!
Segurança & Ética
Certifique-se de que toda a correspondência se realiza com o seu conhecimento e reitere a importância, junto dos alunos, de não divulgarem ou partilharem informação pessoal através de sistemas e serviços online. Se utilizar o Twitter, observe as normas de segurança descritas na Atividade 26 (“Twitter Role-play”) para garantir que apenas as pessoas autorizadas tenham acesso a esta atividade.
Outras ideias
- Permita que os alunos associem links, imagens ou arquivos de áudio (ex. sons do mar, ruídos de animais, tempestades, vozes,…) a algumas palavras-chave da história (palavras relevantes e/ou palavras difíceis). Além de possibilitar o crescimento da história em “três dimensões”, esta estratégia aumentará o interesse e o envolvimento dos participantes.
- Copie a história criada pelos seus alunos para um editor de texto, guarde o documento em formato PDF e divulgue a história para leitura de outras crianças, tornando-a acessível a partir de uma plataforma de publicação de ebooks (ex. Kindle).
- Faça experiências com Wiffiti e Voicethread para contar histórias em suporte multimédia ou histórias não lineares e sequenciais. Usando o Google é possível encontrar várias aplicações similares a estas!
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Esta atividade pode ser aplicada na disciplina de Ciências Naturais em várias temáticas. Exemplo:
a) no início do ano letivo pode ser sugerido a uma turma que escreva uma história de ficção científica com o título «Como trabalham os cientistas?». A história final seria um produto de vários grupos, que seria posteriormente analisado e discutido em aula.
b) O livro «Viagem ao Centro da Terra» de Júlio Verne pode ser uma leitura proposta pelos professores de Ciências Naturais do 3º Ciclo do Ensino Básico. Quando forem abordados os temas relacionados com minerais, rochas, fósseis ou vulcanismo, seria interessante propor aos alunos que, iniciando a história com um excerto do livro, a completassem com base nos conteúdos que aprenderam na disciplina de Ciências. No final do ano letivo, a história poderia ser impressa e partilhada com a comunidade escolar.